Três investigadores em agrobiotecnologia laureados com o World Food Prize 2013

Comunicado

Três investigadores em agrobiotecnologia laureados com o World Food Prize 2013

 19 Junho 2013 – CiB Portugal

 

Há 30 anos, os “pais” das primeiras plantas transgénicas – Marc Van Montagu (Bélgica), Mary-Dell Chilton e Robert T. Fraley (Estados Unidos da América) apresentaram-nas ao mundo num congresso científico na Flórida (EUA). Hoje foram laureados com o World Food Prize 2013, considerado como o “prémio nobel” da área alimentar.

Ao longo das suas vidas os três investigadores deram contributos excepcionais para o desenvolvimento científico da moderna biotecnologia de plantas, abrindo portas para o melhoramento de culturas agrícolas que actualmente permitem alimentar o mundo de forma mais eficiente e sustentável.

Este prémio reconhece contribuições em áreas alimentares, como a ciência e a tecnologia alimentar e agrícola, a produção, o marketing, a nutrição, a economia, a redução da pobreza, a liderança política e as ciências sociais.

 

Laureados com o World Food Prize 2013: Marc Van Montagu, Mary-Dell Chilton e Robert T. Fraley
Laureados com o World Food Prize 2013:
Marc Van Montagu, Mary-Dell Chilton e Robert T. Fraley

  

 Durante o anúncio, Kenneth M. Quinn, presidente do World Food Prize, destacou o impacto e o potencial do trabalho dos três laureados. Declarou que os investigadores são reconhecidos pela sua independência e pelas suas concretizações individuais excepcionais na fundação, desenvolvimento e aplicação da moderna agrobiotecnologia. Quinn acrescentou ainda que o seu trabalho possibilitou aos agricultores produzirem culturas que apresentam maiores produtividades, resistência a insectos e a doenças e com a capacidade para tolerar variações extremas de clima.

O laureado Marc Van Montagu, declarou que este prémio reconhece concretizações preciosas para a sociedade. Montagu explica: “Estou muito honrado por ter sido laureado. Para mim, o prémio destaca a importância da tecnologia dos OGM [organismos geneticamente modificados] como contribuição para a produção alimentar sustentável. Ao mesmo tempo que me sinto satisfeito com o prémio, percebo que existe um longo caminho a percorrer antes de esta tecnologia ser completamente reconhecida para produzir culturas e variedades essenciais à segurança alimentar de pequenos agricultores nos países menos desenvolvidos. Espero que este prémio abra portas para a Europa abraçar os benefícios desta tecnologia, uma condição essencial para a aceitação global das plantas transgénicas.”.

 

Marc Van Montagu

  

O ano 2013 marca também o 60º aniversário da descoberta da dupla hélice da molécula de DNA por James Watson, Francis Crick and Morris Wilkins. Durante os últimos 60 anos, a ciência da genética molecular, também denominada como Nova Genética, abriu oportunidades fora do comum para moldarem o futuro da agricultura, da indústria, da medicina e da protecção do ambiente.

Foi com base nesse conhecimento que os três pioneiros – Van Montagu, Chilton e Fraley – conduziram, de forma independente uns dos outros, a investigação molecular que abriu caminhos para compreender o modo como uma bactéria poderia ser usada como ferramenta para a inserção de genes em células de plantas. Esse conhecimento contribuiu para o melhoramento genético de plantas com características muito interessantes para agricultura, a indústria, a medicina, a protecção ambiental e a alimentação.

As descobertas destes investigadores revolucionaram a biotecnologia – cada um eles a trabalhar em instituições diferentes –, pois desvendaram a forma de transformar células vegetais utilizando técnicas de DNA recombinante. A sua investigação é a base do desenvolvimento das culturas geneticamente modificadas – também conhecidas por culturas transgénicas – que em 2012 foram cultivadas em 170 milhões de hectares em todo o mundo, por 17,3 milhões de agricultores (sendo que 90 por cento são pequenos agricultores de países em desenvolvimento). 

 

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