Um estudo realizado por investigadores da Universidade Agrícola de Nanjing, da Universidade Oceânica de Xangai e da Academia Chinesa de Ciências da Pesca, na China, mostra que a edição genética oferece uma solução promissora para vários desafios enfrentados na indústria da aquacultura. Nesse estudo, os cientistas analisam e avaliam de uma forma abrangente a eficácia, os desafios e os impactos socioeconómicos das aplicações da tecnologia CRISPR-Cas9 nas pescas.
O estudo destaca o potencial significativo da tecnologia CRISPR-Cas9 para enfrentar vários desafios na indústria da aquacultura. Os investigadores da Universidade Agrícola de Nanjing, da Universidade Oceânica de Xangai e da Academia Chinesa de Ciências da Pesca realizaram uma revisão abrangente das suas aplicações, focando-se particularmente em espécies como a tilápia do Nilo, o salmão do Atlântico, o medaka japonês e o bagre do canal.
No entanto, o estudo também aponta vários desafios associados à tecnologia CRISPR. Estes incluem altos custos e barreiras de propriedade intelectual, que podem ser particularmente onerosos para produtores com poucos recursos. Para enfrentar esses problemas, os cientistas sugerem que o governo e as organizações internacionais de desenvolvimento poderiam fornecer subsídios e apoio financeiro. Eles também enfatizam a necessidade de processos de licenciamento justos e acessíveis para garantir o acesso equitativo à tecnologia CRISPR.
Além disso, o estudo sublinha a importância de envolver as comunidades locais, pequenos produtores e outras partes interessadas em intervenções políticas e mecanismos de apoio. Este envolvimento é crucial para abordar as preocupações públicas sobre a segurança e a qualidade dos peixes geneticamente editados e para construir confiança pública através de diretrizes claras e comunicação transparente.
Exemplos de aplicações bem sucedidas do CRISPR na aquacultura:
Estes exemplos mostram como a tecnologia CRISPR pode ser uma ferramenta poderosa para solucionar alguns problemas na aquacultura, melhorando a saúde e a produtividade dos peixes.
Regulamentação da edição genética em peixes
Existem regulamentações específicas para o uso da tecnologia CRISPR na aquacultura, que variam de acordo com o país e a região. Aqui estão alguns exemplos:
União Europeia: A União Europeia tem uma abordagem rigorosa em relação à edição genética. Os organismos geneticamente editados (por CRISPR) são classificados como organismos geneticamente modificados (OGM) e estão sujeitos a regulamentações muito restritivas, incluindo avaliações de risco ambiental e de saúde.
Estados Unidos: Nos EUA é a FDA que regula a edição genética em animais. Este organismo exige que os criadores de peixes geneticamente editados forneçam dados sobre a segurança e a eficácia das modificações antes que esses peixes possam ser comercializados.
Japão: O Japão tem regulamentações específicas para alimentos geneticamente editados. Por exemplo, o pargo vermelho editado com CRISPR para aumentar o crescimento muscular foi aprovado para consumo humano após avaliações de segurança.
A regulamentação das técnicas de edição do genoma no mundo
A regulamentação da edição genética a nível mundial está a evoluir rapidamente. Neste mapa (com informações compiladas pela Genetic Literacy Project), clique num país ou região para obter mais informações sobre o seu estado regulamentar, quais as culturas aprovadas ou em desenvolvimento e as reações das ONG regionais. As classificações do Índice de Edição de Genes representam o seu estado atual e serão atualizadas à medida que forem aprovados novos regulamentos.
Mais informações no site do ISAAA.