Um novo estudo realizado por investigadores de três universidades dos Estados Unidos revela que as pessoas estão mais familiarizadas com a edição genética na agricultura e tendem a ter uma opinião mais positivo sobre o seu uso nesse contexto do que para fins médicos. Quanto mais as pessoas sabem sobre edição genética, mais propensas estão a considerar seguro o seu uso.
Embora exista uma diferença técnica entre “edição genética” e “modificação genética”, também conhecida como transgénese, as pessoas costumam agrupar essas duas técnicas biotecnológicas sob o termo “engenharia genética”. A edição genética não introduz nova biologia no genótipo, ao contrário da transgenia.
Brandon McFadden, professor de Economia de Políticas Alimentares na Estação Experimental Agrícola do Arkansas, foi o autor principal de um estudo revisto por pares que aferiu as opiniões dos consumidores nos Estados Unidos sobre a segurança da edição genética em áreas como a agricultura e a medicina. O estudo, baseado em inquéritos a mais de 4.500 pessoas em 2021 e 2022, foi publicado este ano na revista “Frontiers in Bioengineering and Biotechnology”.
McFadden observou que as pessoas que têm conhecimentos sobre edição genética geralmente têm uma opinião favorável sobre o seu uso tanto na agricultura quanto na medicina.
O estudo também demonstrou que pessoas menos familiarizadas com a edição genética tendem a pensar que não é segura e precisam de mais evidências para mudar de opinião.
Em média, as pessoas com opiniões negativas sobre a segurança da edição genética precisariam de cerca de 100 estudos ou 20 anos para melhorar a sua percepção sobre o tema.
No entanto, McFadden ressaltou que muitas pessoas podem nunca mudar de opinião sobre a segurança da edição genética. Mais de 10% dos entrevistados afirmaram que nenhuma investigação sem resultados adversos iria alterar a sua opinião sobre a segurança da edição genética na agricultura e na medicina.
Uma das co-autoras do estudo, Kathryn A. Stofer, do Instituto de Ciências Agrícolas e Alimentares da Universidade da Flórida, afirmou que os resultados são esclarecedores em vários níveis e abrem novas áreas de investigação.
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