Estudo | OGM podem mitigar impactos das alterações climáticasBlog
As culturas de milho geneticamente modificado são mais produtivas que as variedades não trangénicas.

Novas investigações sugerem que os ganhos conseguidos pela utilização da engenharia genética na agricultura serão imprescindíveis para reduzir os efeitos das alterações climáticas. Os agricultores têm de produzir mais e com menos perdas para enfrentar esse enorme desafio.

Num estudo publicado há dias no jornal científico Environmental Research Letters, investigadores norte-americanos da Universidade de Cornell, em Nova Iorque, e da Universidade de Economia Agrícola, no Kansas, afirmam que o uso de novas tecnologias na agricultura pode ajudar a compensar as perdas que as alterações climáticas inevitavelmente irão causar na produção de alimentos no mundo inteiro, mas especialmente nas regiões onde essas tecnologias ainda são praticamente inexistentes.

As previsões indicam que os países da África e da Ásia serão os mais afetados pela mudança global das temperaturas e, mesmo assim, os governos desses países, “pressionados pela intensa oposição liderada por ativistas anti-OGM, continuam a hesitar adotar novas tecnologias de melhoramento de plantas”, lê-se num artigo da revista Alliance For Science sobre este estudo científico.

Afirmam os autores do estudo, Ariel Ortiz-Bobea, professor na Universidade de Cornell, e Jesse Tack, professor na Universidade do Kansas, que “apesar das previsões que apontam para um crescimento sustentado da produção de milho nos Estados Unidos, o negócio poderá estagnar, o que terá sérias implicações noutras culturas e noutros países”, uma vez que existem muitos países onde a adoção de tecnologia é escassa ou a produção de culturas transgénicas é pura e simplesmente proibida.

“Se os ganhos relativos de produtividade estimados nos Estados Unidos são um indicador do potencial das novas tecnologias se aplicadas a outras culturas e noutros países, então a produção de culturas transgénicas pode constituir uma estratégia de adaptação frutífera para contrabalançar os efeitos das mudanças climáticas”, concluem.

Leia o artigo na Alliance For Science AQUIe o estudo original publicado na Environmental Research Letters AQUI