
Através da edição de genoma, investigadores norte-americanos e chineses descobriram uma mutação genética que torna a lagarta do algodão resistente ao algodão geneticamente modificado. Os investigadores acreditam que a aplicação desta tecnologia é um marco, que poderá ser o início de uma nova era no controle de pragas mais sustentável.
Segundo um novo estudo, divulgado no Proceedings of National Academy of Sciences (PNAS), o jornal da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, foi identificada em lagartas do algodão uma mutação genética que lhes confere resistência ao algodão geneticamente modificado (GM). Esta descoberta feita por investigadores da Universidade do Arizona, Universidade do Tenesse (ambas nos EUA) e Universidade Agrícola de Nanjing, na China, é particularmente importante na medida em que pode iniciar uma nova era nos esforços para a promoção de um controle mais sustentável de pragas.
Lê-se na referida publicação que o objetivo dos investigadores entomologistas era identificar a mutação, conferindo resistência Bt em lagartas através da edição de um gene preciso do inseto, provar que a mutação causa resistência e perceber como é que a resistência está a expandir-se pelos campos de algodão chineses. Como afirma o co-autor do estudo Bruce Tabashnik, Professor do Departamento de Entomologia da Universidade do Arizona e membro do Instituto BIO5, “sem os mais recentes avanços na tecnologia genética, não teria sido possível encontrar, entre centenas de milhões de pares de bases de genoma da lagarta do algodão, a única mutação de pares de bases de DNA que causa resistência.”
De salientar que culturas como o algodão, o milho e a soja foram geneticamente modificados para produzir proteínas destruidoras de pragas a partir bactéria do solo Bacillus thuringiensis (Bt). Não sendo tóxicas para pessoas e animais selvagens, incluindo as abelhas, as proteínas Bt têm sido usadas em todo o mundo em pulverizações quer de plantações orgânicas, quer de plantações GM.
Leia o artigo do jornal Proceedings of National Academy of Sciences (PNAS) AQUI e o estudo integral AQUI