Explorando os tricodermas na segurança alimentar
e no fabrico de biocombustíveis
21 Dezembro 2011 – EurekaAlert
Um número especial da revista Microbiology publica uma série de trabalhos de investigação e de revisão sobre os fungos tricodermas, que actualmente têm grande relevância em aplicações biotecnológicas e contribuem para o aumento da segurança de alimentos e para a produção de biocombustíveis. Esta edição especial, organizado por investigadores do Laboratório Nacional de Genómica para a Biodiversidade, no México, faz um ponto de situação nesta área de investigação.
Os tricodermas são fungos que podem ser utilizados como bioagentes de controlo de doenças em plantas. O seu sucesso deve-se sobretudo ao seu estilo de vida de parasitas de outros fungos. Por isso a sua utilização na agricultura é útil para controlar doenças e dessa forma evitar a aplicação de pesticidas químicos. Existem assim vantagens económicas e ambientais da sua utilização, para além dos benefícios para a qualidade e segurança dos alimentos.
Estes fungos habitam naturalmente nos solos onde vivem em associação com as plantas. Nesse modo de vida simbiótica, os tricodermas provocam naturalmente alterações na expressão de genes das plantas para dessa forma conseguirem benefícios para a sua própria vida. Por exemplo, o aumento de tolerância a stresses abióticos, tal como a seca e o calor, e o aumento da resistência ao ataque de organismos que provocam doenças. As plantas também beneficiam desta relação simbiótica com os tricodermas, porque as alterações no seu genoma aumentam a eficiência da fotossíntese e da captura de azoto e consequentemente um melhor desenvolvimento e da sua produtividade.
Esta capacidade dos tricodermas provocarem alterações genéticas nas plantas, suas companheiras simbióticas, permitem a sua utilização como fábricas biotecnológicas em grande escala de produção de enzimas celulases – utilizadas por exemplo na produção de biocombustíveis – e proteínas recombinantes – proteínas modificadas para reporem, por exemplo, proteínas em falta nos organismos vivos.