Milho transgénico em Monforte: Primeiro exigem estudos e depois contestam-nos

COMUNICADO

Milho transgénico em Monforte
Primeiro exigem estudos e depois contestam-nos

12 de Julho de 2008 

Os grupos de activistas anti-transgénicos exigem mais e mais investigação sobre a utilização agrícola de culturas transgénicas, produzidas recorrendo a técnicas de engenharia genética, mas depois contestam os ensaios de campo que têm como objectivo o estudo da sua aplicação prática, demonstrando uma atitude contraditória e inaceitável.

O CiB – Centro de Informação de Biotecnologia vem desta forma declarar a sua incompreensão perante a manifestação, realizada hoje, contra os ensaios de campo com milho transgénico GA21, em Monforte, e esclarecer alguns aspectos da utilização desta cultura geneticamente modificada na agricultura.

Sobre a utilização deste milho transgénico convém esclarecer os seguintes pontos:

• O milho GA21 é geneticamente modificado (GM) para tolerar a utilização de um herbicida biodegradável, o glifosato, que promove uma emergência excelente das plantas, pois dessa forma não têm de competir com ervas daninhas, controladas por aquele herbicida. Os ensaios a efectuar têm como objectivo a verificação da eficácia do herbicida. Esta estratégia torna-se cada vez mais relevante num cenário de redução dos herbicidas disponíveis no mercado devido à sua agressividade ambiental.

• O milho GA21 permite: a utilização de práticas agrícolas como a sementeira directa com redução de erosão dos solos; a utilização de um herbicida menos agressivo para o ambiente; o aumento da produtividade por redução da competição pelos mesmos nutrientes do solo entre as plantas de milho e as ervas daninhas; a redução de custos de produção; e a redução de utilização de água e de combustíveis fósseis.

• Não está em causa a perda de biodiversidade, pois não existem em Portugal, nem nos países da União Europeia, espécies selvagens de milho que se possam cruzar com o milho GM. Também não existem variedades tradicionais de milho na zona onde ocorrem os ensaios de campo e por isso não será possível haver polinização cruzada entre as plantas de milho transgénico e as plantas das variedades tradicionais.

• O milho GA21 é actualmente cultivado comercialmente na Argentina, nos Estados Unidos da América, no Canadá e no Japão e está autorizada a sua importação e processamento na União Europeia e em mais nove países.

• As plantas de milho transgénicas cultivadas nos ensaios de campos de Monforte serão destruídas por trituração imediatamente antes da floração masculina. O tempo que decorre entre a sementeira e a floração é o tempo mínimo necessário para a obtenção de dados de eficácia do herbicida. Não existirá asssim qualquer dispersão de pólen proveniente deste milho. Em todo o caso os campos terão uma bordadura de 12 linhas de milho convencional.

• A EFSA – Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, e outras instituições internacionais similares, fizeram avaliações de risco comparativas entre as variedades de milho resistentes ao glifosato e as suas correspondentes convencionais e declaram que estas variedades são tão seguras para a saúde humana e animal e para o ambiente como as suas correspondentes convencionais.

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Documentação da EFSA sobre o Milho GA21