Edição genética | Cientistas usam CRISPR para desenvolver trigo resistente ao oídioBlog

Cientistas na China utilizaram técnicas de edição genética para desenvolver uma variedade de trigo  ‘impermeável’ aos fungos que causam o oídio, sem prejudicar o crescimento do grão.

O oídio é uma doença causada por fungos que ataca o trigo. É um dos patogénicos mais prejudiciais para os produtores de trigo de países onde a doença é comum, como a China, podendo destruir até 40% de um campo.  

Para minimizar esse problema, cientistas na China utilizaram técnicas de edição genética para desenvolver uma variedade de trigo  ‘impermeável’ aos fungos que causam o oídio, sem prejudicar o crescimento do grão. Esta abordagem também pode funcionar noutras culturas, como morangos e pepinos, dizem os investigadores.

Algumas plantas podem resistir naturalmente ao oídio. Durante expedições na década de 1940 à Etiópia, os cientistas descobriram variedades locais de cevada que não foram afetadas pelo fungo. A razão está num gene chamado MLO, que, quando mutado, impede o fungo de infectar a cevada.

Gao Caixia, investigador do Instituto de Genética e Biologia do Desenvolvimento da Academia Chinesa de Ciências, começou a estudar há vários anos os genes envolvidos na produção e resistência a doenças no trigo. Usando métodos de edição de genes, incluindo o sistema CRISPR, Gao e a sua equipa criaram a mesma mutação protetora em seis cópias dos genes MLO no trigo.

Num passo seguinte, Gao quer editar genes de morangos, pimentas e pepinos, porque também são muito vulneráveis ​​ao oídio.  

De sublinhar que antes de serem vendidas aos agricultores na China, as novas variedades de trigo geneticamente editadas teriam ser aprovadas pelo Ministério da Agricultura chinês. Mas o cientista está otimista, uma vez que as novas diretrizes para aprovar culturas geneticamente ditadas no país “apontam para a comercialização.”

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