Com as tecnologias que permitem editar o genoma vegetal, como o CRISPR-Cas9, é possível produzir alfaces com um teor reforçado de Vitamina C, Vitamina B e betacaroteno.
As plantas de alface produzem naturalmente uma gama de nutrientes como vitamina C, betacaroteno e tiamina (vitamina B), mas só em quantidades suficientes para a própria alface. Mas através das tecnologias que permitem editar o genoma vegetal, é possível produzir alfaces com um teor de nutrientes reforçado. É nisso que consiste a investigação do israelita Yarin Livne.
Este investigador da Universidade Hebraica de Israel está a utilizar o CRISPR-Cas9 para desenvolver alfaces nutricionalmente mais enriquecidas e, por isso, mais interessantes para os consumidores. Tomando como exemplo a vitamina C, a dose diária recomendada pela EFSA – Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (para um adulto) é de 80 mg, o equivalente a 16 chávenas de alface convencional. No caso da alface geneticamente editada por Y. Livneh, a dose diária recomendada de vitamina C poderia ser alcançada com apenas duas chávenas de alface.
Em Israel, tal como na Europa, a regulamentação que rege a edição genética na agricultura é muito ‘apertada’, no entanto Y. Livneh acredita que a sua alface nutricionalmente melhorada e outros vegetais têm potencial para serem comercializados no mercado global. Veja-se o exemplo do Reino Unido, que aprovou recentemente estudos de campo para culturas geneticamente editadas, e do Japão que viu entrar há pouco no seu mercado alimentar uma variedsade de tomate editada por CRISPR. “Isto sugere que não são só os Estados Unidos que estão a adotar as culturas geneticamente editadas. Esta tendência vai permanecer”, afirma Y. Livne.
O cientista acredita que “muitos dos de desafios que enfrentamos hoje, como as alterações climáticas, a desnutrição, a poluição e o risco de doenças, poderiam ser enfrentados com a ajuda das tecnologias de edição do genoma”.
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