Estudo | A edição do genoma pode ajudar a garantir o abastecimento global de alimentosBlog
Créditos: Telesur

Numa altura em que as alterações climáticas colocam novos desafios aos sistemas agrícolas e se prevê um aumento da população humana para 10 mil milhões de pessoas em 2050, as tecnologias de edição do genoma podem contribuir para minimizar os efeitos adversos destes fenómenos. Segundo um artigo publicado na Cell, a edição do genoma pode ajudar a garantir o abastecimento global de alimentos.

O melhoramento convencional de plantas atingiu os seus limites na alimentação da crescente população mundial, mas os avanços na seleção assistida por marcadores e no melhoramento genómico ‘esticaram’ esses limites. A autora do artigo pubilcado na Cell, Caixia Gao, investigadora da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, afirma que “a edição do genoma abre um novo kit de ferramentas para o melhoramento de plantas, que pode ser realizado a um ritmo sem precedentes e de forma eficiente, precisa, direcionada e económica.”

Preparada para revolucionar o futuro da agricultura e ajudar a garantir o abastecimento global de alimentos, a edição do genoma em plantas permite uma ampla gama de oportunidades. No entanto, como adverte a investigadora, “para se explorar todo o potencial da edição do genoma, todas as abordagens devem ser consideradas.”

Caixia Gao explica que a edição do genoma permite alcançar resultados semelhantes aos do melhoramento tradicional, mas de uma forma muito mais eficiente e rápida. Isso não significa, no entanto, que as abordagens de melhoramento convencionais sejam completamente substituídas. Gao acha improvável isso acontecer. Explica: “Somente quando combinada com outras tecnologias (como fenotipagem de alto rendimento, seleção genómica e reprodução rápida), a ampla implementação da edição do genoma na agricultura poderá ser garantida.”

A edição do genoma tem sido aplicada aos principais cereais – arroz, trigo e milho – e a outras culturas importantes como batata e mandioca.

Mais informações sobre o artigo na Cell aqui.