Caso não tenha tido oportunidade de assistir ao Workshop de Soluções sobre Novas Técnicas Genómicas (NGT) e o seu potencial papel na agricultura nos próximos anos, que teve lugar a 26 de maio, em Santarém, saiba que as gravações vídeo de todos os intervenientes nos dois painéis de discussão estão agora disponíveis no site do FFA – Fórum para o Futuro da Agricultura.
Intervenção de António Oliveira e Sousa, Presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, na abertura do evento.
O Presidente da CAP sintetizou os resultados do estudo da Comissão Europeia sobre as novas técnicas genómicas para salientar os benefícios das NGT e o seu potencial para o cumprimento dos objetivos do Acordo Ecológico Europeu. Eduardo Oliveira e Sousa defendeu “a criação de uma legislação que tenha em conta as características e qualidades do produto final, e não a tecnologia utilizada.”
Na primeira sessão, dedicada ao tema As NGT são uma das ferramentas para alcançar as metas da Estratégia Farm to Fork?, intervieram Andreas Webber, Diretor do Instituto de Bioquímica Vegetal Heinrich Heine University e representante da EU-SAGE, Álvaro Amaro, membro do Parlamento Europeu e Presidente do Intergrupo “Biodiversidade, Caça, Campo”, Manuel Chaveiro Soares, agrónomo e consultor na Valouro, Rui Barreira, coordenador da área de Floresta, Alimentação e Vida Selvagem da ANP – Associação Natureza Portugal (em associação com o WWF – World Wide Fund) e Pedro Fevereiro, CEO do Laboratório Colaborativo InnovPlantProtect.
Andreas Weber, Diretor do Instituto de Bioquímica Vegetal Heinrich Heine University e representante da EU-SAGE, assegurou que as novas técnicas de melhoramento vegetal abrem novos caminhos para reduzir a pegada ecológica da agricultura e aumentar a sustentabilidade: “Devemos abraçar as NGTs como uma ferramenta para uma agricultura mais sustentável. Usar uma determinada tecnologia acarreta riscos, mas deixar de fora uma tecnologia também. Não usar as NGT prejudicará os nossos esforços para alcançar os objetivos da estratégia Farm to Fork.”
Para Pedro Fevereiro, CEO do InnovPlantProtect, “o desenvolvimento de novas tecnologias é um movimento contínuo”. O investigador afirmou que é necessário “ajustar as culturas aos impactos das alterações climáticas”, alertando para o perigo real de “certas pragas e doenças já estarem presentes em regiões mediterrânicas”.
Na segunda sessão, dedicada ao tema , falaram Garlich von Essen, Secretário-Geral da Euroseeds, Paula Cruz de Carvalho, Vice-Diretora da DGAV – Direção Geral de Alimentação e Veterinária, Alexandre Quintanilha, deputado à Assembleia da República, e José Palha, agricultor e Presidente da ANOPOC – Associação Nacional de Produtores de Cereais. A investigadora Paula Duque, do Instituto Gulbenkian de Ciência, fez o wrap up do evento.
O Secretário-Geral da Euroseeds, Garlich von Essen, reconheceu que as “as NTG não são uma varinha mágica”, mas afiançou que são uma ferramenta importante para ajudar a mitigar os previsíveis impactos da Estratégia do Prado ao Prato na redução da produção de alimentos” e lembrou que o mais recente estudo prospetivo da CE estima em apenas 0,4% o aumento da produtividade anual da agricultura europeia na próxima década.
Aumento da produção e desenvolvimento de plantas mais resistentes a pragas e doenças e à seca é uma das mais-valias das NGT. Este foi um dos aspetos valorizados pela subdiretora Geral da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária: “O melhoramento genético tem permitido tornar as plantas mais resistentes e é essencial para garantir mais resiliência e mais sustentabilidade.” No entanto, frisou Paula Cruz de Carvalho, “a legislação atual é desadequada às novas tecnologias”.
O evento foi encerrado por António Sevinate Pinto, Presidente da ANSEME – Associação Nacional
O aumento da produtividade e a sustentabilidade da agricultura podem estar em risco se a Europa não adotar tecnologias alternativas. Por isso, “a União Europeia tem de acelerar o processo de adoção das novas técnicas genómicas”, advogou o presidente da ANSEME, António Sevinate Pinto, recordando que “o melhoramento de plantas contribui para um aumento de produtividade da agricultura europeia de 1,16% ao ano.”