Ao defender o aumento da área de produção agrícola em modo biológico e ao reconhecer o papel importante da biotecnologia para a sustentabilidade da produção agrícola, a estratégia ‘Farm to Fork’ terá colocado os investigadores agrícolas da UE perante um dilema?
As evidências científicas mostram que a tecnologia usada nos OGM permite uma agricultura mais sustentável. Além de melhorar o aporte nutricional dos alimentos, permite aumentar a produção, reduzir a aplicação de fitofármacos, desenvolver plantas mais resistentes à seca e a pragas e doenças e o uso mais eficiente do solo. Mas, então, por que é que os defensores da agricultura biológica estão contra a aplicação da biotecnologia na agricultura? “Por razões puramente ideológicas”?, como alega num artigo de opinião Steven Novella, presidente e co-fundador da New England Skeptical Society e apresentador e produtor do popular podcast científico The Skeptics ‘Guide to the Universe.
Qual é a melhor forma de alcançar uma agricultura sustentável num mundo com uma população crescente? No texto publicado na GLP – Genetic Literacy Project, o neurologista norte-americano, mais conhecido pela sua participação em movimentos de promoção do pensamento crítico, disserta sobre algumas questões que terão causado um “dilema” aos investigadores agrícolas da União Europeia, decorrente do considerável apoio da CE à agricultura biológica na sua estratégia ‘Farm to fork’.
Defende o autor que o problema central é o próprio conceito de agricultura biológica, o qual está “histórica e ideologicamente enraizado na pseudociência” e é “uma manifestação do apelo à falácia da natureza”. O resultado, diz, é a criação de um conjunto de regras específicas que rejeita as tecnologias agrícolas modernas.
O dilema que se impõe aos investigadores da UE começa logo no facto de a agricultura biológica, na verdade, não usar os métodos mais sustentáveis – se por um lado requer mais terra do que outros métodos agrícolas para a mesma quantidade produzida de alimentos, por outro usa pesticidas derivados de fontes ‘naturais’ mesmo que sejam menos eficazes e mais tóxicos (exemplo do sulfato de cobre, considerado tóxico para humanos e ambiente).
Leia o artigo original aqui.