A evolução dos mercados das principais matérias-primas para a alimentação animal é um dos temas em análise na conferência virtual que a IACA – Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais e a USSEC – U.S. Soybean Export Council realizam amanhã, às 10h00. A forte procura pela China e quebras de produção na zona do Mar Negro, além do impacto da COVID-19, fizeram aumentar os preços das matérias-primas das quais Portugal é muito dependente, nomeadamente milho, soja, colza e girassol.
À manutenção da tendência do aumento do preço das matérias-primas importadas, nomeadamente cereais e soja, que registam aumentos superiores a 10% desde setembro (na soja pontualmente de 30%), junta-se a escassez de fontes de proteína importantes como os bagaços de colza e girassol.
A IACA teme já o impacto do valor das matérias-primas no produto final, prevendo que a pecuária não consiga acomodar o aumento do preço das racões devido às alterações no consumo de bens alimentares, sobretudo no canal HORECA, e das promoções praticadas pelas cadeias de grande distribuição nestes bens de primeira necessidade.
A Associação que representa os industriais de rações portugueses manifestou a sua preocupação com a escalada dos preços das principais matérias-primas para a alimentação animal ao Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), entidade que tem a incumbência de apoiar a definição das linhas estratégicas, prioridades e objetivos das políticas do Ministério da Agricultura, e pediu à Comissão Europeia, através da FEFAC, que revisse a metodologia de cálculo dos direitos de importação de milho proveniente de países terceiros, na sequência da taxa adicional de 25%, imposta no quadro das tensões comerciais entre a UE e os EUA. A IACA apelou igualmente para que as relações transatlânticas sejam rapidamente normalizadas, o que é da maior relevância para a competitividade do setor.
Após um primeiro semestre em que a procura se manteve em linha com a procura do período homólogo, a indústria de rações estima fechar o ano de 2020 com uma perda de 2.0% face ao Volume de Negócios de 1,5 mil milhões de euros em 2019, ano em que registou uma produção de 3,9 milhões de toneladas.
“Se a tendência não for invertida no curto prazo e a pecuária não conseguir fazer repercutir os preços no consumidor, a situação durante o primeiro semestre de 2021 vai ser muito complicada para toda a Fileira e em particular para a Indústria da Alimentação Animal”, acrescenta o Secretário-Geral da IACA Jaime Piçarra.”
A situação no setor, bem como o impacto das alterações no consumo provocados pela pandemia de Covid-19 são áreas a analisar na conferência que a entidade promove, em parceria com a USSEC, e no qual estarão em debate mais cinco temas: “Nutrição Animal, o que vem a seguir”; “Visão Global do Mercado dos Suínos”; “Mercado de Proteínas e Cereais em Portugal”; “Soja Sustentável” e a “Visão Global dos mercados de futuros e de cereais e da Soja “.
O programa integral da conferência e inscrições podem ser feitas através do site da IACA, em www.iaca.pt
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