Após muitos anos de espera, o Quénia iniciou esta semana a produção de algodão geneticamente modificado (GM) para fins comerciais, sendo já o sétimo país africano a comercializar algodão Bt. A plantação desta variedade GM é o primeiro lote dos mil lotes previstos em 23 municípios, para demonstração e treino de 40 mil agricultores quenianos.
Depois de o Gabinete para a Agricultura (GA) do Quénia ter aprovado, em 19 de dezembro de 2019, a produção para fins comerciais do algodão Bt, o Quénia lançou à terra, esta segunda-feira, na Universidade de Alupe, a primeira semente de algodão geneticamente modificada (GM).
Este é o primeiro de mil lotes com algodão GM para demonstração e treino de 40 mil agricultores, mas, no total, o governo queniano pretende ocupar mais de 90 mil hectares com algodão Bt para fins comercial cultivo comercial de algodão Bt até 2022, prevendo criar mais de 25 mil postos de trabalho ao longo da cadeia de valor.
“As oportunidades de emprego irão verificar-se no cultivo, no processamento e no comércio de roupas fabricadas localmente”, afirmou o secretário do GA, o secretário do Gabinete de Agricultura do Quénia, Peter Munya, salientando que “a produção de algodão Bt pelos nossos agricultores garantirá um fornecimento constante de matérias-primas para as indústrias de processamento de algodão e descaroçamento, apoiando, desta forma, a agregação de valor e a criação de empregos na cadeia de valor.”
O governo queniano aposta na comercialização de algodão Bt para revitalizar a indústria têxtil e de vestuário e aumentar a contribuição do setor manufatureiro para o PIB do País dos atuais 9,2% para 20% até 2022, um passo significativo para alcançar a Agenda dos “Big Four”, modelo de desenvolvimento económico no Quénia.
A produção para fins comerciais de algodão Bt é o culminar de um processo que teve início em 2001, quando foi feita a primeira tentativa para introduzir o algodão Bt no Quénia. Atualmente, o algodão Bt é plantado em 15 países, cobrindo uma área de 24 milhões de hectares. Os três principais produtores são Índia (11,6 milhões de hectares), EUA (5,06 milhões de hectares) e China (2,93 milhões de hectares). O Quénia é agora o mais novo participante da África do Sul, Sudão, Etiópia, Malawi, Nigéria e eSwatini (antiga Suazilândia) na produção de algodão geneticamente modificado em África.
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