Se não adotar rapidamente as novas biotecnologias de precisão, a União Europeia (UE) coloca em risco a sua produção agrícola, ficando totalmente dependente da importação de alimentos. O alerta é da Associação Francesa de Biotecnologia Vegetal (AFBV).
Proteger as culturas contra doenças e pragas é um dos principais desafios que todos os tipos de agricultura enfrentam para reduzir as perdas. Acresce que com as alterações climáticas e a globalização do comércio, a agricultura na Europa será, cada vez mais, confrontada com novas pragas, o que para a Associação Francesa de Biotecnologia Vegetal (AFBV) é uma séria ameaça à competitividade da produção agrícola europeia.
Numa nota de imprensa, esta ONG independente, que agrupa pessoas de diversas áreas que consideram a biotecnologia uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável em França, lamenta que a UE coloque em risco a sua auto-suficiência na produção de alimentos por falta de medidas adequadas de proteção contra pragas e doenças.
Uma dessas medidas, defende a AFBV, é a adoção das novas tecnologias que permitem a redução na aplicação de produtos químicos. Para a associação, a biotecnologia tem um papel crucial naquilo a que chama transição agroecológica, na medida em que facilita e acelera a produção de plantas geneticamente modificadas para serem resistentes a doenças e insetos.
A AFBV reforça que a Europa não pode passar ao lado das novas biotecnologias de precisão, como a edição de genomas, se quiser que os consumidores europeus continuem a beneficiar de produtos de qualidade made in UE. Considerando urgente a procura de uma solução, a associação uniu-se a outras associações europeias para propor ao Parlamento Europeu alterações à Diretiva que regulamenta os OGM. « Se a UE não adotar rapidamente uma regulamentação adequada às novas biotecnologias de precisão, as nossas culturas estão em risco, a segurança alimentar da UE será comprometida e a competitividade agrícola europeia estará em desvantagem », afirmou George Freyssinet, presidente da AFBV, num workshop realizado em Paris, em 17 de outubro, com o tema «Biotecnologias vegetais enfrentam novos desafios na proteção de culturas ».
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