Alimentação |Uma reportagem onde a ciência é quem fala mais altoBlog

revista Visão

“Numa altura em que a Humanidade enfrenta alguns dos maiores desafios à sua subsistência, como as alterações climáticas, a poluição dos solos e a escassez de água, só a tecnologia alimentar poderá garantir a sobrevivência dos dez mil milhões de seres humanos que habitarão a Terra em 2050”.

O lead é um excerto da reportagem da jornalista Sara Sá, A sustentável comida do laboratório, tema de capa da última edição da revista Visão.  No panorama da imprensa nacional, é exemplo raro este trabalho, que faz valer a abordagem científica em detrimento de mitos e fakenews sobre as “velhas” tecnologias de melhoramento de plantas e animais (como os OGM) e as “novas” tecnologias (como a edição de genoma). Mitos e fakenews repetidamente  propagados, apesar de sustentados em medos infundados e interesses que não são tão “verdes” quanto querem parecer.

O que este trabalho reporta não é uma premonição catastrófica do futuro da alimentação. Reporta o presente em alguns países que têm uma legislação favorável ao uso da biotecnologia nos alimentos e reporta um futuro alimentar otimista, justamente graças a tecnologias de edição de genoma o CRISPR-Cas 9, que a União Europeia decidiu equiparar aos Organismos Geneticamente Modificados, sujeitando-as à mesma legislação restritiva de 2001.

De errado, apenas as imagens que acompanham a reportagem: as seringas e ferramentas afins utilizadas no peixe e no tomate não ilustram a realidade. É que não têm mesmo nada a ver. Fora as imagens, esta é uma reportagem para ler, reler e difundir nas redes sociais.