A Nigéria está a caminho de se tornar no primeiro país do mundo a cultivar feijão-frade geneticamente modificado (GM). Esta conquista permitirá reduzir o uso de pesticidas de oito para cerca de dois pulverizadores por estação e aumentará a produção até 20%.
A Agência Nacional de Biossegurança (NBMA) autorizou o Instituto de Pesquisa Agropecuária (IAR) a comercializar a variedade de feijão-frade resistente à podridão, que foi geneticamente molhorado para resistir à praga de insetos lepidópteros Maruca vitrata. A licença é válida até o final de 2022.
Num documento decisivo de 22 de janeiro de 2019, a NBMA informou que a emissão da licença foi feita após levar em consideração o parecer do Comité Nacional de Biossegurança, Subcomité Técnico Nacional de Biossegurança e o relatório de avaliação de risco e gestão de risco fornecido pelo IAR, o candidato. “Depois de uma análise minuciosa do dossier de aplicação, é improvável que a aprovação proposta tenha um impacto adverso no meio ambiente e na saúde humana”, lê-se no documento.
A aprovação é o culminar de mais de nove anos de testes intensivos em feijão-frade geneticamente modificado resistente à broca Maruca vitrata, um inseto que pode destruir até 80% das culturas de feijão-frade. Esta decisão é, pois, um alívio para milhões de agricultores nigerianos que dependem desta cultura para viver.
Os resultados da pesquisa, liderada pelo Instituto de Pesquisa Agrícola da Nigéria em parceria com a Fundação Africana de Tecnologia Agrícola (AATF), mostraram que o cultivo de feijão-frade Bt permitirá reduzirá o uso de pesticidas de oito para cerca de dois pulverizadores por estação e aumentará a produção até 20%. Isso significa que a Nigéria poderá ter um aumento de receita de mais de 117 milhões de euros por ano.
O feijão-frade Bt é a segunda cultura GM a ser lançada na Nigéria após o algodão Bt, aprovado para cultivo e comercialização em 2018.
Veja aqui o documento de decisão da NBMA.
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