A planta do arroz tem um gene designado OsBIG que é vital para a sua sobrevivência e desenvolvimento normal. Em situação de carência desse gene, a planta desenvolve várias deficiências e não resiste à muda. Saiba o que mais descobriram investigadores chineses da Universidade de Wuhan, num estudo que pretendeu caraterizar a estrutura genética do OsBIG e saber qual a sua função.
Já se sabia que na planta do arroz existe um gene (OsBIG) semelhante ao gene AtBIG da Arabidopsis – um género pertencente à família das plantas herbáceas Brassicaceae, a que também pertencem as couves e a mostarda -, que codifica uma proteína necessária para o transporte de auxinas e altera a estrutura da planta, adaptando-a aos estímulos ambientais. Mas, apesar de ser conhecida as semelhanças entre os dois genes, ainda não era conhecida a função do OsBIG. Até agora.
Num estudo realizado por investigadores da Universidade de Wuhan, na China, para caracterizar a estrutura genética e saber qual a função do gene da planta do arroz, a análise sequencial e filogénica mostrou que as versões do OsBIG têm uma alta conservação de aminoácidos em vários domínios e em diferentes espécies.
No âmbito de uma análise mais aprofundada, os investigadores usaram a
edição de genoma (concretamente, o sistema CRISPR-Cas9) para desenvolver
plantas de arroz geneticamente modificadas (GM), interrompendo a expressão do
gene OsBIG. Resultado: obtiveram plantas transgénicas com altos níveis de morte
celular, um aumento da perda de eletrólitos, peroxidação lipídica (degradação oxidativa dos
lípidos) na membrana e redução
do teor de clorofila, o que provavelmente, acreditam, explica a inviabilidade
das mudas (transplantação) das plantas.
Já as plantas de tipo selvagem analisadas apresentaram várias deficiências
metabólicas e hormonais – incluindo ribossomos, replicação do DNA, fotossíntese
e metabolismo da clorofila – como resultado da carência do gene OsBIG.
Os investigadores concluíram que o gene OsBIG é vital para o crescimento normal das plantas de arroz.
Leia o estudo, em inglês, e um artigo sobre o tema, em espanhol, na revista da Fundación Antama.
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