Uma das crenças que une muitos daqueles que estão preocupados com a biodiversidade é o argumento de que a diversidade está a perder-se no mundo inteiro, incluindo a diversidade do que comemos. E alegam que a responsabilidade, em grande medida, é das culturas geneticamente modificadas (GM) e das novas técnicas de produção utilizadas na agricultura. Mas será mesmo?
A preocupação com a perda de muitas variedades de sementes tradicionais não é recente. Há pelo menos cem anos que investigadores e ativistas afirmam que a diversidade de culturas agrícolas está a desaparecer. Essa consciência surgiu desde que o botânico russo N. I. Vavilov viajou pelo mundo à procura de plantas para cultivar no seu país e verificou que em locais onde muitas variedades de plantas foram cultivadas continuamente durante milhares de anos desapareceram por completo.
O alarme soou ainda mais alto há 50 anos, durante a chamada Revolução Verde, quando agricultores em diversas regiões do mundo começaram a substituir as muitas variedades tradicionais de trigo, de arroz e de outros grãos com menor rendimento por variedades mais produtivas, geneticamente modificadas. Mas será mesmo verdade que há perda de diversidade nas culturas agrícolas?
Segundo o norte-americano Colin Khoury, investigador em biodiversidade alimentar e especialista em Preservação de Recursos Genéticos Vegetais e Animais no USDA (Serviço de Investigação agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), não há nenhuma evidência de disso: “Os dados existentes, algumas publicações e a minha própria experiência indicam que a dieta alimentar em alguns países, nos últimos anos, está a seguir direções diferentes, no sentido da redução do consumo excessivo de produtos animais e de outros alimentos cuja produção requer muita energia, tornando-se mais diversificada e mais saudável, particularmente no que diz respeito a frutas, legumes e grãos.”
Reforça Khoury: “A quinoa, que era relativamente desconhecida fora dos Andes há algumas décadas e agora é cultivada em cem países e consumida em muitos mais, é uma das muitas evidências de que a diversidade de culturas agrícolas cresceu.”
Leia o artigo integral, em inglês, de Colin Khoury na Genetic Literacy Project.
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