Relatório
Área de culturas transgénicas cresce em 2016
atingindo um novo pico de 185,1 milhões ha
4 Maio 2017 – ISAAA
Em 2016, a área global de culturas geneticamente modificadas (conhecidas também por GM, culturas biotecnológicas ou transgénicas) aumentou para o total de 185,1 milhões ha, diz o ISAAA – The International Service for the Acquisition of Agri-biotech Applications -, no seu relatório anual sobre a produção e comercialização de culturas GM. Neste relatório são abordados os benefícios a longo prazo da utilização das culturas GM na agricultura de países industrializados e em desenvolvimento, para além dos benefícios para os consumidores e para o ambiente.
Segundo o ISAAA, após as aprovações de cultivo e comercialização de variedades de maçãs e batatas GM, os consumidores começaram a desfrutar dos benefícios directos da agrobiotecnologia, uma vez que estas culturas foram geneticamente modificadas para não se deteriorarem tão rapidamente, o que beneficia directamente os consumidores e evita o desperdício alimentar.
Outros benefícios da utilização de culturas GM na produção agrícola estão relacionados com benefícios para o ambiente, pois permitiram:
- a redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) que equivale à retirada de 12 milhões de carros das estradas nos últimos anos;
- a preservação da biodiversidade ao remover 19,4 milhões ha de terras da agricultura em 2015;
- a redução do impacto ambiental ao diminuir em 19% o consumo de herbicidas e insecticidas.
Além destes benefícios, o ISAAA destaca ainda que nos países em desenvolvimento a plantação de culturas GM ajudou a reduzir a fome das populações ao aumentar o rendimento de 18 milhões de pequenos agricultores e das suas famílias, trazendo maior estabilidade financeira para mais de 65 milhões de pessoas.
“A biotecnologia é uma das ferramentas necessárias para ajudar os agricultores a produzir mais alimentos usando menos terras”, explicou Randy Hautea, coordenador global do ISAAA. “No entanto, as promessas de culturas biotecnológicas só serão materializadas se os agricultores forem capazes de comprar e plantar estas culturas, seguindo uma abordagem científica quanto às aprovações e análises regulamentares”.
O número de culturas GM aprovadas e comercializadas para benefício directo dos agricultores está a aumentar, incluindo nos países em desenvolvimento, nomeadamente em países de África, onde até agora os processos de regulamentação têm criado barreiras à sua adopção. Contudo, a África do Sul e o Sudão aumentaram a plantação de milho, soja e algodão GM de 2,29 milhões ha (2015) para 2,66 milhões ha (2016). Existe actualmente maior aceitação por parte do Quénia, Malauí, Nigéria, Etiópia, Gana, Nigéria, Suazilândia e Uganda, países que estão a demonstrar evolução e revisão da regulamentação e aumento das aprovações de culturas geneticamente modificadas. “Mesmo com uma longa tradição de barreiras na regulamentação, os agricultores africanos continuam a adoptar culturas biotecnológicas devido ao valor que conseguem agregar com base na estabilidade e produtividade das variedades biotecnológicas”, declarou Randy Hautea. “À medida que mais países avançam nas revisões da regulamentação para culturas como bananas, ervilhas-de-vaca e sorgo, achamos que a plantação de culturas GM continuará a crescer em África e noutras regiões”.
O Brasil também aumentou a área de milho, soja, algodão e colza GM em 11%, mantendo-se como o segundo maior produtor de culturas transgénicas, ao nível global, a seguir aos EUA. No Brasil, a soja GM corresponde a 32,7 milhões ha num total de 91,4 milhões ha cultivados em todo o mundo.
DESTAQUES DO RELATÓRIO ISAAA 2016
- A área global de culturas GM voltou a crescer em 2016 para o total de 185,1 milhões ha.
- 26 países produziram culturas GM, dos quais 7 são industrializados (46% do total cultivado) e 19 são países em desenvolvimento (54% do total cultivado).
- Na Ásia e no Pacífico foram oito os países que produziram 18,6 milhões ha de culturas GM.
- Na América do Sul foram 10 os países produziram 80 milhões ha de culturas GM.
- Os principais países que produziram culturas GM foram: EUA, Brasil, Argentina, Canadá e Índia. Em conjunto cultivaram 91% da área global de culturas geneticamente modificadas.
- Na União Europeia (UE) quatro países – Espanha, Portugal, República Checa e Eslováquia – produziram cerca de 136 mil ha milho Bt, um aumento de 17% em relação a 2015, reflectindo a necessidade de milho resistente a insectos em países da UE.
- A área de culturas com múltiplos eventos GM acumulados correspondeu a 41% do total global.
- Com base na área global para cada cultura, 78% da soja, 64% do algodão, 26% do milho e 24% da colza cultivados ao nível global foram variedades GM. Os países com mais 90% de adopção de soja GM foram: EUA, Brasil, Argentina, Canadá, África do Sul e Uruguai. Os países com cerca de 90% de adopção de milho GM são: EUA, Brasil, Argentina, Canadá, África do Sul e Uruguai. Os países com mais de 90% de adopção algodão GM são: EUA, Argentina, Índia, China, Paquistão, África do Sul, México, Austrália e Mianmar. Os países com cerca de 90% de adopção de colza GM são: EUA e Canadá.
INFORMAÇÕES SOBRE O RELATÓRIO
- Sumário Executivo em ENG – PT
- Comunicado de Imprensa em ENG – PT
- Infografia em ENG
- Apresentação em Power Ponint e Tabelas em ENG