Conclusões do II Encontro – Biotecnologia e Agricultura: O futuro é agoraBlog

COMUNICADO

Conclusões do II Encontro
Biotecnologia e Agricultura: O futuro é agora

10 Julho 2012 – CiB Portugal

O II ENCONTRO – BIOTECNOLOGIA E AGRICULTURA: O FUTURO É AGORA, organizado pelo CiB – Centro de Informação de Biotecnologia e pela ESAC – Escola Superior Agrária de Coimbra, realizado em Coimbra (Portugal) no dia 5 de Julho de 2012 teve a presença de mais de 180 pessoas, entre as quais cerca de 70 agricultores/técnicos agrícolas, 80 estudantes de escolas agrárias e 30 outros (estudantes e investigadores de universidades e institutos de investigação, professores universitários e professores de escolas agrárias).

CONCLUSÕES

Os processos de melhoramento que recorrem à engenharia genética conferem às variedades obtidas características únicas e desejáveis aos agricultores. Torna-se claro, por todos os dados presentes, que a utilização da biotecnologia permite vantagens indiscutíveis na prática agrícola desde a sua economia, à protecção das culturas e à redução dos impactos ambientais, tornando-a mais sustentável.

A natureza da engenharia genética não implica uma rotura com as restantes técnicas que utilizamos e utilizámos para alterar as plantas de forma a estas se tornarem úteis para a produção de alimentos. De facto, as alterações introduzidas ao longo dos milénios no milho, no trigo ou na batata, são muito mais vastas do que as resultantes da engenharia genética.

Esta tecnologia tem vindo a ser adoptada em todo o mundo a um ritmo de cerca de 10% ao ano com manifestas vantagens para a produção e para o ambiente. Em 2011, 160 milhões de hectares foram cultivados com variedades transgénicas, o que corresponde a quase 10% da área arável mundial disponível, tendo sido utilizadas por 16,7 milhões de agricultores, dos quais 90% pequenos agricultores e em grande parte em países em desenvolvimento.

A integração da utilização das variedades transgénicas com as melhores práticas agrícolas é fundamental. A sua utilização nos modos de cultivo integrado e biológico contribuiria para uma melhoria da quantidade e da qualidade da produção. Só as restrições ideológicas impedem que estas variedades sejam utilizadas nestes modos de cultivo.

A cooperação entre agricultores tem sido um dos trunfos na utilização destas variedades e uma forma de permitir o seu cultivo de forma mais eficiente.

É muito negativo que a Europa continue a impedir os seus agricultores de utilizarem estas variedades, sendo claro que os entraves à adopção desta tecnologia se devem a questões políticas e económicas e não a questões de segurança ou científicas.

A impossibilidade de os agricultores portugueses utilizarem estas variedades coloca-os numa situação desfavorável, quer do ponto de vista da melhoria da sua produtividade, quer do ponto de vista da competição no mercado global. Numa altura em que é necessário produzir mais para suprir as necessidades do país e se possível exportar, não utilizar as melhores opções é um risco inaceitável e coloca os agricultores portugueses numa situação insustentável.

É ainda inaceitável a discrepância entre a aprovação de novas variedades transgénicas para comercialização e a não correspondente aprovação do seu cultivo.

Os decisores europeus e portugueses têm que alterar a sua posição e aprovar a utilização das variedades transgénicas na Europa, de forma a melhorar a produtividade e competitividade dos agricultores e reduzir os défices de produção, em particular em Portugal.

A Agricultura portuguesa só poderá sobreviver com a constante incorporação de novos conhecimentos e técnicas, de forma a reduzir a nossa taxa de dependência que é de cerca de 40% e de melhorar o valor acrescentado da nossa produção agrícola, negativo nos últimos 15 anos.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

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Organização

CiB – Centro de Informação de Biotecnologia, Portugal

ESAC – Escola Superior Agrária de Coimbra do Instituto Politécnico de Coimbra