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“Os OGM são um problema político”
Entrevista a Pedro Fevereiro

20 de Dezembro – 2010 – Vida Rural

Dá a cara pela defesa das culturas geneticamente modificadas e é o ‘homem dos transgénicos’ em Portugal. Cientista e Professor, Pedro Fevereiro faz o ponto de situação da produção de OGM no nosso país e explica as vantagens de a Europa autorizar, a curto e médio prazo, variedades resistentes a herbicidas, à secura e à salinidade.

Tem acompanhado de perto os produtores que estão a apostar em culturas transgénicas em Portugal. Já são cerca de 5000 hectares de milho resistente à broca, mas a tendência é de estagnação de área…

Tem uma explicação. A cultura do milho viu reduzida a sua área no último ano por questões de mercado. Alguns produtores do Alentejo deixaram de produzir para optar por outras culturas. Também há outra situação que é a questão dos apoios agro-ambientais. O ministério da Agricultura não aceita candidaturas às agro-ambientais de agricultores que produzam OGM e alguns agricultores, embora acreditem nestas variedades, deixaram de produzir. Daí a estabilização da área.

Mas na realidade, segundo o relatório da Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, a área aumentou ligeiramente.

Sobretudo no Norte e o Centro do país, onde predomina o minifúndio. A produção adapta -se bem nestas regiões, dadas as restrições da ‘coexistência’?

Felizmente há uma figura na legislação portuguesa que permite ‘zonas de produção’, de que o Baixo Mondego é um exemplo típico. Os agricultores estão-se a associar e, produzam ou não OGM, aceitam juntar-se e constituir estas ‘zonas de produção’ onde é muito mais fácil cumprir com a legislação, pois só a zona limítrofe é que está sujeita à regra da coexistência. E produzam ou não milho transgénico, tudo é vendido em conjunto para a indústria das rações, onde não é feita discriminação e o preço é o mesmo.

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a Pedro Fevereiro
Presidente do CiB – Centro de Informação de Biotecnologia