Artigo de Opinião
Biotecnologia na Agricultura
12 Agosto 2010 – Gabriela Cruz – DN
As plantas transgénicas têm gerado enorme polémica, embora uma comunidade alargada de cientistas, também eles consumidores, e incluindo mais de 25 Prémios Nobel, tenha declarado não haver razão para tanta contestação ou preocupação. O que estará por trás das acções dos seus opositores?
A maioria das plantas que dão origem aos nossos alimentos é, radicalmente, diferente dos antepassados silvestres, uma vez que o homem a modificou ao longo de milhares de anos.
As batatas que consumimos são totalmente distintas das plantas trazidas dos incas. O homem modificou-a no sentido de tornar o tubérculo menos amargo e de hoje se adequar melhor à cozedura, à fritura, etc. A tulipa negra foi produto da engenharia genética e não da natureza.
O homem também desenvolveu novas espécies vegetais como o triticale (pelo cruzamento, há mais de 540 anos, de trigo e centeio, obtendo uma planta mais rústica que o trigo mas mais performante que o centeio) ou as nectarinas, pelo cruzamento entre o pêssego e a ameixa.
Fê-lo pelo método tradicional de selecção, introduzindo genes ao azar. Nos organismos geneticamente modificados (OGM), por seu lado, apenas se transfere o gene pretendido, por processo controlado.