12 Novembro 2009 – DN
O ministro da Agricultura Português, António Serrano, alertou para a necessidade da adopção de novas práticas e variedades agrícolas para enfrentar as alterações climáticas, admitindo que os organismos geneticamente modificados vão desempenhar um papel relevante neste campo.
A produção de alimentos é um problema sério e que tem vindo a aumentar a produção de cada vez mais variedades de Organismos Geneticamente Modificados (OGM). Este é um caminho onde ser têm criado algumas barreiras, mas temos de encontrar forma de produzir alimentos para um crescimento populacional que é inexorável, sublinhou o ministro após a sessão de abertura da 1ª Conferência Ibérica de Viticultura e Enologia, dominada pelo tema do aquecimento global.
António Serrano frisou que a investigação científica e tecnológica pode dar um contributo importante aos agricultores, ajudando-os na concepção de novas práticas agrícolas, novas formas de produzir e novas variedades “mais amigáveis e mais sustentáveis do ponto de vista ambiental e que garantam a sobrevivência das populações”.
“Há uma espécie de barreira à entrada [na União Europeia] de variedades geneticamente modificadas que já estão espalhadas pelo mundo inteiro”, acrescentou o governante, apontando regiões como a Índia, China e Brasil, onde estão a ser produzidos OGM, sobretudo cereais e arroz. “É uma área que vai trazer certamente novidades nos próximos anos”, antecipou.
Portugal cumprirá o que for determinado a nível europeu, já que é a União Europeia que define quais as variedades de OGM autorizadas. “Não temos grande alternativa”, afirmou o ministro. António Serrano salientou ainda que o impacto das alterações climáticas na produção alimentar é um tema que “preocupa investigadores e ministérios de todo o mundo” face à redução da área cultivável e ao previsível aumento populacional, estimando-se que possa atingir sete mil milhões de pessoas dentro de 50 anos.